Entrada destacada

Estética na América do Sul 1

https://www.youtube.com/watch?v=0dscoNolbV4  

lunes, 10 de abril de 2017

13º Congresso Internacional de Estética 2017: OS FINS DA ARTE


 Programação – Os Fins da Arte


Apresentacão

O 13º. Congresso Internacional de Estética – Brasil, intitulado “Os fins da arte” visa pôr em relevo temas recorrentes na história da estética filosófica, elaborando a ambiguidade já constante no seu título, a saber: “fins” entendidos como finalidades, o que remete à milenar discussão sobre os usos que a arte teve, tem e terá, a qual remete à ainda importante questão acerca da autonomia da arte e do regime de sua heteronomia que não apenas se impôs nos seus primórdios, mas ainda se impõe na forma de exigências mercadológicas tendentes a desfigurar o ímpeto original de importantes manifestações estéticas. Por outro lado, o enfoque sobre “os fins da arte” remete às inúmeras formulações da discussão sobre um possível término da arte, a partir da marcante página dos Cursos de estética de G.W.F. Hegel, segundo a qual “… nosso presente não é, segundo o seu estado geral, favorável à arte. Em  todas essas relações a arte é‚ e permanece, segundo o aspecto  de  sua mais alta determinação, algo passado para nós” (Vorlesungen über die Ästhetik, Suhrkamp Verlag, p. 25).
Nos que tange à discussão sobre possíveis propósitos de objetos estéticos, pode-se dizer que ela é tão antiga quanto a própria reflexão sobre a arte, reportando-se, por exemplo, a vários diálogos de Platão, sendo suas passagens mais conhecidas aquelas de A república, nas quais o filósofo externa as suas suspeitas sobre as artes imitativas, tendo em vista o seu poder potencialmente enganador, com os seus prejuízos na formação dos cidadãos do que seria uma pólis perfeita. Subjaz a esse ponto de vista a convicção sobre os efeitos educativos da arte nas pessoas, o que sinaliza uma de suas finalidades específicas, a saber, a música – arte das musas – ao lado da ginástica como principais métodos para a educação dos cidadãos. Ainda na filosofia clássica grega, na Poética de Aristóteles, reencontra-se uma concepção de propósito da arte na ênfase dada à catarse como propiciadora de purificação do ânimo, mediante a experiência do terror e da compaixão. Ainda no final da Antiguidade, Horácio, em sua Ars Poetica, declarava que os poetas querem ser úteis ou deleitar (“Aut prodesse volunt aut delectare poetae”), chamando a atenção para os possíveis usos da arte.
Na Idade Média, em que a cultura como um todo se encontrava submetida à fé cristã, as manifestações artísticas, de um modo geral, eram concebidas como meios ad majorem Dei gloriam, tendo portanto o propósito explícito de celebrar e mesmo aumentar a glória de Deus. Mesmo em períodos já avançados, como na época de São Tomás de Aquino, a verdadeira perfeição de uma obra de arte – sua perfectio prima – residia na adequação à sua finalidade, sendo que sua beleza formal era tida como secundária – era entendida como perfectio secunda.
Foi a partir do Renascimento, com a concepção de virtuosismo artístico, que, não apenas na prática dos criadores, mas na discussão dos teóricos, começa a surgir a ideia de que as belas artes podem não estar submetidas a propósitos imediatos, tendo suas obras um tipo de valor intrínseco, não subordinado a finalidades externas. Esse ponto de vista, cujo debate se estendeu pelos séculos subsequentes, certamente atingiu um cume filosófico com as concepções do “prazer desinteressado” no juízo de gosto e da “conformidade a fins sem fim” na Critica da faculdade do juízo, de Immanuel Kant e influenciou toda a estética posterior, ao longo dos séculos XIX e XX, com repercussões até esse nosso início do século XXI, corporificadas, como já se assinalou, nas discussões contemporâneas sobre a autonomia da arte.

Presentation 

No hay comentarios:

Publicar un comentario

Recent

Random

Seguidores

Contacto

Nombre

Correo electrónico *

Mensaje *